MORENA DOS MEUS SONHOS

Cauê Bampi


Começa o novembro
Mês cheio, atarefado.
Largando lazeres pra o lado
Para ir à lida mais bruta

O tempo se faz mais curto
E a vida se faz de louca
O sol, ressecando a boca
De quem se mete pra o campo

Era dia primeiro
E a noite caia sobre o povo
No galpão do velho Ponciano
Se estendia os toques de gaita
E as batidas de violão

À um canto, um candeeiro
Que iluminava o local
Em outro canto, uma morena
Que firmava olhares de soslaio

Me fui à dançar com ela
E lhe fiz até juras
Depois do primeiro olhar
O lenço branco reluzia nela
A vontade de querer amar

Era meia noite
E os sinos batiam acelerados
Então estendi à morena
O convite de viver junto a mim

Como todos poderiam ver
O que me fez tão feliz
Tiveram canções que mostrei a ela
E versos que eu mesmo fiz

Ah morena! Que te prometo
Que te juro, a todo sempre
O sentimento mais puro e sincero
Que tenho dentro de mim

Não terei mais inspirações
Pra cantar a outras
Canções que fiz a uma só
E repetir em versos
O
quanto te amo

Mesmo que me leve o trabalho
Pra longe de ti
Te levarei comigo
Dentro do peito.

Não fora a vida traiçoeira
Me der golpes e mais golpes
Voltarei em um só trote
Pra te encontrar de braços abertos

Morena, de olhos castanhos e escuros
Lábios de invejar a todos
Pele macia e aveludada
E um sorriso encantador

Nem mesmo uma fronteira
Poderia separar o nosso amor
Te digo porque sinto
Te digo porque te amo.

Se fosse tão fácil amar
Não seria tão difícil escolher
Escolher a pessoa certa
Ou seja, escolher a ti.

Meu verso vem de águas, vêm de rios
Meus olhos deságuam por pensamentos
Meu peito arde pela distância
Mas meu amor sobrevive e aumenta

Tenho muito de ti dentro do coração
E espero viver sem rumores de alguma dor
Findo meus versos com a certeza
De te entregar pra sempre meu amor!.