MAIS UMA PRIMAVERA
Autor: Everton Michels
Intérprete: Jefferson Rosado - Amadrinhador: Juliano Moreno
Se findando a primavera,
O dia! se põe nublado,
Me quedei... abichornado
Ao som de uma milonga,
Na alma! inflama e ressonga
Pra aquietar a solidão,
O “perro” à volta no chão,
É um dos “companheiro”...
Mais o violão! que é o parceiro,
Pra acalmar o coração.
A brisa traz um
perfume
Creio que de muito além,
Sei das ânsias que ela tem
Em espalhar todo teu cheiro,
Cruza! um vaga-lume em luzeiro,
Mais um brilho pro luar,
Que falta faz o olhar,
Dos olhos, mel de mirim,
A luz que quero pra mim,
É a dona... que quero pra amar.
Um mate... depois do outro,
O tempo anda um tanto parado...
O sal crispa os olhos molhados,
Na força da tal saudade,
Quando a ausência nos invade
O jeito é amadrinhar o tempo,
Tornando a brisa... um vento!
Pro “dia” passar voando,
Sigo... entre os mates sonhando,
Com as horas do teu alento.
Perco meus
olhos, na estrada,
E o azul se fez escuro,
Saco a alma e te procuro
Nas sesmarias de campo,
Busco estancar meu pranto
Na imagem de um simples sorriso,
Meu eterno paraíso
Pintura em tez serena,
A silhueta da pequena...
É tudo o que preciso.
Debruço a
guitarra ao colo
Pra recordar de um carinho,
Campeio versos sozinho
Na madrugada que ronda,
Mais um bordão de milonga
Ganha vida numa copla,
Logo se agranda e se topa
A nostalgia da alma,
Só tua lembrança me acalma...
Quando a saudade... se “bóta”
O que fazer se
o destino
Impõe distância e barreiras?
Levar a vida estradeira?
Ou desistir do amor?
Cabe o futuro ao “Senhor”
Que escuta todas as preces,
Mais quem desiste, não merece,
As alegrias da vida,
Que embora dura à partida,
O regressar sempre aquece.
Não sei o que
me espera
Além da estrada que alarga,
Se a mesma as “veis” embarga
As ânsias que vão no peito,
Por vezes... é o jeito
De amansar a saudade,
Fazendo inteira a metade,
Unindo mesmos destinos...
Nesse meu pago sulino,
O amor! é a razão da verdade.
Mais uma primavera...
Nela! a paixão se agranda,
Olho o jardim da varanda,
Falta a rainha das flores,
A dona! dos meus amores,
Meu sentido de viver,
Estar... permanecer...
Sempre aquecendo a esperança,
Porque é na tua lembrança!
Que encontro, razões de ser.