QUANDO FALO DE OUTONO

Lucas Augusto Rohde

Verdes...

Verdes eram os olhos dela

naquela tarde de maio.

O Outono trazia

nas folhas das arvores,

no tempo de chuva

um sentimento antigo

que há tanto tempo

Me acostumei a ignorar

 

O amor que, outra’hora,

Me trouxe tanta felicidade

Até então era “solamente” saudade...

 

Até então! Não mais!

 

Naquela tarde de maio,

com o sol escondido pelas nuvens,

e as folhas caindo das arvores,

aqueles olhos verdes não pude ignorar.

 

Já o que nos aconteceu,

o que nos feriu,

o que nos fez,

tudo que um dia sentimos um pelo outro,

deixar para trás

naquele momento  não mais existiu.

 

Como num repente,

num gesto até, por certo, animal

fiz meus lábios se juntarem ao dela

e tudo sumiu, nada mais existiu.

Somente meus olhos e os daquela donzela.

 

Sim!

Eu senti novamente

tudo aquilo que acostumei a esconder.

O rincão voltou a sorrir!

Meu amor voltou a existir!

E todas as tardes

que, um dia, custavam a brilhar

não queriam, agora, parar.

Não deixavam que eu parasse,

agora, de sonhar!

 

 

 

 

“Agora será diferente!

Sim!

Seremos felizes!

E, no meu peito,

meu coração bateu mais forte,

Aquela china novamente foi meu norte

- não me arrependo jamais-.

 

Dizer algo mais? Não é preciso!

Quando falo de tardes de maio

O que aconteceu naquele outono

Já satisfaz,

Meu amor por ela não perco jamais!