GAÚCHO
Tânia
Maria Ferreira Gonzales
Nosso
gaúcho.
Chiru
bravo, forte aguerrido
que
lutou, não foi vencido.
E
que deixou na coxilha
sua
marca e seu sangue
pela
causa farroupilha.
Nosso
gaúcho.
Nosso
herói, nosso homem, companheiro.
O
gaúcho, nosso amor.
Q’inda
nos dias atuais
luta
e batalha com ardor
que
a sociedade de hoje
exige
cada vez mais,
e
pouco lhe dá valor.
Mas,
gaúcho, não te esqueças,
tu
nunca estiveste solito.
E
isso, pouco a história revela
quando,
nos tempos de guerra
pra
defender nossa terra,
nosso
Rio Grande bonito
na
trincheira ou na cancela
uma
mulher, tua prenda,
ficava
na sentinela.
E
aquela prenda que um dia,
a
teu lado também lutou
se
amancipou, ficou livre,
cursou
até faculdade,
te
ajuda nas finanças
e
quando volta pra casa,
casada
e quase vencida,
lava
roupa, faz comida
e a
inda cuida das crianças.
E
hoje nós dois, gaúcho,
seguimos
a mesma trilha,
e,
embora na sociedade,
a
mulher abriu caminhos,
se
destacou e até brilha.
Por
ti, gaúcho, a mulher
chora,
sofre e até se humilha.
Por
isso é que hoje te digo
que
continuo na luta
contigo
até morrer.
Mas
nas páginas da história
escreva
para não esquecer:
Que
aquela companheira,
mãe,
amante... esquecida,
teria
o fardo aliviado,
teria
por acalento,
sentir-se-ia
uma estrela
no
alto do firmamento
se
ao voltares pra casa,
aborrecido
e cansado
das
lutas e do vai e vem,
tu
gaúcho, tu num gesto de carinho
lhe
dissesse bem baixinho:
te
amo, te quero bem.