Amanunciando Horas Ermas
Juarez Távora Pacheco Fialho e Zeca Martins
Não renego este destino
Que por certo, escolhi
E canto qual bem-te-vi
Pouco importando a razão
Ter nascido neste chão
Já me basta pra sorrir.
Andejei léguas sem rumo
Seguindo a sina aragana
Quantas rimas orelhanas
Extraviei nos corredores
Que desabrocharam em flores
Amanunciando horas ermas.
Para prozear com a
consciência
Com as estrelas madrugo
Nunca me dobro as verdugos
Que querem me botar freio
Com bucal, nunca troteio
Nem durmo quando no jogo.
Me nego e faço um gritedo
Aos desmandos da nação...
Pra essa tal de recessão
Que vende a Pátria aos
gringos
Só nos restando os respingos
Dos ricos, frutos do chão.
Enquanto restar uns cobres
Pra esse oficio de cambiar
Ninguém ira me manear...
Com soldos parcos de escravo
Que humilha um índio bravo
Que não nasceu, pra roubar.
Mesmo assim creio no pago
e na juventude também
pois vislumbro bem além
rebanhos de otimismos
só uns magros derrotismos
dos que bravura não tem.
Hoje cavalgo, esperanças
Para um Brasil bem melhor
Sem abutres, ao redor...
Sem manequis por mandantes
Um grande Brasil de antes
Com patriotismo maior.
Quero meus sonhos verdades
Como acalante nas ruas
Pois nesta pátria charrua
Berço eterno dos farrapos
Guapos pilchados de trapos
Morreram por crenças suas.
Bem-querer pela mãe terra
Será a maior redenção
A grande Revolução...
Sem sangue, armas e balas
Nenhum terrunho se cala
Quando maculam a nação.
Parceiros, reponto idéias
Chucras, libertas, nativas
Não nasceu pra ser cativa
Esta raça libertária...
Mesmo domando misérias
Preserva uma alma altiva.