IDÉIAS E VULTOS
Valdorion Klein
Das belezas do Ijuizinho
Teimo em me afastar
Mas tive que voltar
Pra sombra do arvoredo
Que guarda mistérios e
segredos
Prum fim de tarde mormacento
Montei o acampamento
Mesmo estando endomingado.
De noite a chiruzada chegando
A gaita que estava calada
No dedilhar da gurizada
Chama um pinho pra perto
e um cuera de peito aberto
Pra se por a
cantar
No céu as estrelas a brilhar
E o galpão
em manto encoberto.
A madrugada longa e escura
A despacito pra longe se vai
As águas rumando pro Uruguai
Cruzando o chão missioneiro
Deixando um rastro em
nevoeiro
Adentrando as frinchas do
galpão
Pra reascender o tição
E clarear no lugar do
candeeiro.
O galo cantando
Anunciando o dia por vir
Eu precisava um pouco dormir
Já tapado de serração
Relembrava a última canção
Viajando em pensamentos
Pra eternizar esses momentos
Vividos aqui neste chão.
A bruma se transforma em
mormaço
Mas ninguém esmoreceu
Foi bem assim que assuscedeu
Depois de hastear a bandeira
Um café de chicolateira
E em cada canto do recanto
Os poetas de melodia e canto
Em versos evaporam as
corredeiras.
A tertúlia ao pé das
bandeiras
O almoço de rapar prato e
panela
Um trago pra tirar a graxa da goela
O silêncio se aquerenciou
Porque o tempo escasseou
A bruma se foi embora
E agora nossa senhora!
O festival já iniciou!