GALPÃO DO MEU INTERIOR

Valdorion Klen

Quando! te olho galpão.
Me agarro, na mão do vento,
E me desprendo em pensamento,
Recordo, o rancho onde cresci,
Com os meus pais e irmãos vivi.
As lições da vida fui aprendendo,
E aos poucos compreendendo,
Essa estória que escrevi.

 

No reponte das lembranças,
Olho! Pra esse fogo de chão!
E lembro, do velho fogão!
O timbó verde que queimava,
Minha mãe! Ali estava.
Junto aquela fumaça ardida,
Fazendo de novo a comida,
Pra mais um filho que chegava.

 

Meu pai!
Índio mui guapo!
Herdeiro farrapo!
De pura cepa missioneira!
Honestidade. Sua bandeira,
Mesmo nos momentos de amargura,
Agüentou com bravura!
Pois é um gaúcho de primeira!

 

Minha mãe!
Uma sabia professora!
Ensinou o povo da cidade e da lavoura,
A ler e a escrever,
Na linguagem desse viver!
Também foi oprimida!
Mesmo assim, mamãe querida!
Nos ensinou a crescer!

 

Por isso galpão!
Depois, das lembranças!
Com minha prenda e as crianças.
Meus pais e meus irmãos,
Sinto-te, em minhas mãos.
Lembrando nosso CTG de capim!
Feito mais ou menos assim,
Pra preservar a missioneira revolução!