A
trilha guardou a história
Daqueles
que abriram a trilha,
Desenhando
geografias
Pelos
rumos dos cargueiros;
Das
terras de Santa Fé
À
distante Sorocaba
( O
mesmo ideal de tropas,
O
mesmo instinto de andejos
E
anseios de liberdade),
Mamelucos
e crioulos
Plantaram
ranchos, pousadas,
Pra
verem nascer estradas,
Vilas,
povoados, cidades.
Por
mais de duzentos anos
Portugueses,
castelhanos,
Ignorando
as coroas
Que
peleavam por fronteiras,
Tangiam
tropas, vendiam,
Compravam,
faziam trocas
De mercancia
e de cultura;
Geravam
proles mestiças,
Misturando
a cor da pele,
Os
costumes e o sotaque
Herdados
das línguas mães.
O
ciclo do tropeirismo
Forjou
a estirpe biriva,
Numa
saga de civismo
De
uma linhagem nativa.
Cristovão
traçou a rota
E a
tropa seguiu sozinha,
Ao
rastro da égua madrinha
Do
primeiro madrinheiro;
Digo
mal, seguiram junto
Os
peões, o cozinheiro,
Batedor
e contador,
O
patrão e o capataz,
E
todos eram tropeiros –
Hoje
tudo é diferente,
Mudou
o curso da história,
Já
é outra a trajetória:
É o
ciclo do modernismo.
Não
há mais tropas de mulas
Desbravando
continentes;
Daqueles
homens valentes
Que
habitaram esta querência,
Gaúchos
por excelência,
Mescla
de sangues e origens,
Resta
uma nesga de mundo
Por
onde as tropas passaram,
Que,
com o tempo, enraizaram
A
sua própria cultura.
Me
orgulho em ser descendente
Desses
tropeiros de outrora,
E
carregar, vida a fora,
O
gauchismo no gen;
-
O
meu avô foi biriva,
Meu
neto será também!