DE VOLTA À INFÂNCIA
Sebastião T. Correa
Voltei ao pago que um dia
Extraviei os meus brinquedos,
Tive sonhos, fantasias,
Infância, ânsias e medos.
Fui piá, brinquei de bodoque,
Joguei bolinha de gude,
Fiz carrinhos com reboque
E tomei banho de açude.
Galopei potros alçados
Que um dia foram cuidados
No campo da minha mente,
Me criei na liberdade
Sem conhecer a cidade,
Mas feliz, com a minha gente.
Guri que nasce e se cria
Na liberdade dos campos
Das fontes traz a energia
E o instinto dos pirilampos.
Que não lhe cercam aramados
Nem lhe aprisionam cancelas,
Não querem viver fechados
Nem lhe interrompem as
tramelas.
Quem dera,
toda a piazada,
Tivesse infância folgada
Nos campos, correndo ao
vento.
Os que jamais nos consolam,
Aqueles que se estiolam
Trancados em apartamentos.
Mas nesta volta que fiz
Na terra aonde nasci,
Encontrar ainda eu quis
Os brinquedos que perdi.
Porém o tempo malvado
Que levou a minha infância,
Também tinha carregado
Meus brinquedos de criança.
Que pena, chorei
sentidos,
De tudo o que foi perdido
Bateu-me louca saudade.
Eu vejo o tempo a passar
E não posso aquerenciar
Nesta vida da cidade