Boneca de Pano
Ruben Alves Vieira
Era a flor mais linda
Da estância do bem querer
Dava gosto de se ver
Qual colorido da natureza
E nos enchia de pureza,
Ao respirar seu perfume
Como luz de vaga-lume
Nos olhos brilhavam beleza.
A sua face serena
Refletia encantamento
Do mais puro sentimento
Na meiguice de seu ser
Sem maldade no viver
Onde o mundo é fantasia,
Na infância toda a harmonia
E o carinho que se possa Ter.
Uma boneca de pano
Sua fiel companheira,
Que embalava faceira
Com cantigas de ninar.
Seus sonhos a lhe confiar
Certa de Ter compreensão
E brotava de seu coração
Muito amor para ofertar.
A vida lhe dava tudo
Sem lhe negar quase nada,
Mas, quando na madrugada
Acordava do soninho,
Só encontrava em seu ninho
A boneca companheira
Que pra ela era faceira,
Mas, nunca a lhe dar carinho.
Apertava forte no peito
E perguntava quase chorando:
"Se
estou te abraçando
É por te amar e querer bem,
Sou tua mãe também
És minha filhinha querida,
Mas, por que em minha vida,
Minha mamãe não vem?
Abraçava sua boneca
E sem resposta adormecia.
Quando clareava o dia
Novamente ia brincar
Mas, nunca a reclamar
Do que a vida reservou,
Se da mãe ela privou
Do amor não irá privar.
Hoje a flor ainda exala
perfume
Para embelezar nosso pampa,
Pois, carrega em sua estampa
Uma grandeza infinita
E, em seu peito palpita
Um sentimento de pureza
Que ostenta tamanha beleza
De uma prenda tão bonita.
Carrega sempre em seu porte
A graça e a simpatia,
Que aos olhos traz alegria,
Amor e querer bem.
Ainda se pergunta também:
"Se
quis ser a filha querida,
por que em minha vida,
mamãe ainda não vem?