O PORQUÊ DAS FLORES
Pedro
Darci de Oliveira
A primavera da vida
pintou os matizes das flores,
formando o jogo de cores
de um arco-íris qualquer.
Eu cantando um bem me quer
no tranco lerdo do baio,
juntei as flores de maio
num perfume de mulher.
Então enfeitei o sonho
com brancos Lírios
do pampa,
um pirilampo se estampa
no fundo da sesmaria.
É o clarão da luz do dia
que moldando a flor mulher,
desfolhou um mal-me-quer
nas pétalas da Maçanilha.
“Como retrucar
um ouro
se tenho uma flor de Abóbora...
e muito pouco me sobra
pra empessar nova partida.”
Das flores que enfeitam a
vida
todas elas são perfeitas,
mas o teu olhar enfeitas
com boques de Margarida.
Maracujá é majestosa,
A Orquídea enfeitou a corte,
Ipê roxo, é
pra dar sorte,
Hortênsia é sempre singela,
no campo a flor amarela
dá mais vida, e mais beleza,
e teu “Brinco de Princesa”
é símbolo da minha terra.
Esqueceram a Corticeira,
nascida ali por acaso,
e que fez da restinga, seu vaso,
seu galpão, sua morada.
Que se conserva orvalhada
mas adormece confusa,
por ter se tornado musa
das claras noites prateadas.
Impossível escolher uma,
na beleza desta flora,
que traduz a luz da aurora
em poesia e calor.
O sol no seu resplendor,
da lua ao sentir saudades,
vem buscar tranqüilidade
na beleza de uma flor.
Se há outro mundo habitado
na imensidão do infinito,
e o poema mais bonito
traduzir saudades dela.
Buscarei flores, as mais
belas,
em Marte, Saturno, ou Vênus,
para ver teus olhos serenos,
nas Violetas da janela.