ENTRE FLORES E ESPINHOS
Paulo de Freitas Mendonça
Quando sonha o pessimista
parece haver pesadelo.
Por não querer ser sinuelo
perde a chance de conquista.
Porém se é otimista
o sonho vira projeto.
Por ser peleador inquieto
com sonho não se conforma,
pega a ilusão e a transforma
em algo lindo e concreto.
Quando perde o otimista
vê na perda uma experiência.
A sua própria consciência
não permite que desista.
Porém se a um pessimista
lhe bate à porta a vitória,
ao invés de ver a glória
conquista junto um temor
e justifica o pavor
com desgraçados da história.
Quando fala um pessimista
há um resmungo na fala
e uma tristeza que abala
qualquer um que o assista.
Quando cala um otimista,
pois falar não é preciso,
brota na face um sorriso
de uma fé vitoriosa.
Sua expressão silenciosa
é a voz do paraíso.
Quando parte um otimista
novo horizonte vislumbra,
aproveitando a penumbra
pra descansar sua vista.
Quando parte um pessimista
vê lonjuras no caminho,
amarga à noite sozinho,
mas no mesmo corredor
otimista enxerga a flor
e pessimista o espinho.