Venho
do fundo do tempo
seguindo o curso da história.
Buscando
na trajetória
resgatar
alguns valores,
e
no ruflar dos tambores
do
índio de antigamente.
Vejo
o passado, no presente
dos
poetas sonhadores.
Sou
velho bugre de antanho
de
lança firme na mão.
Requerdos
de revolução
em
livros ou manuscrito.
Cria,
deste chão bendito
Terra
de mil amores.
Assim
resgato os valores
sou
a verdade, não sou “mito”.
Sou
do Rio Grande nativo
aragano
e desconfiado.
Nunca
fui embuçalado
isto
nunca aconteceu.
Todo
este pampa é meu
desde
o sul até o norte.
Sou
qüera de muita sorte
Sou
“JUJO” que alguém colheu.
Eu
sou o clarear do dia
eu
sou o raiar do sol.
Sou
notas de MI-BEMOL
Num
dia chuvoso e frio.
Sou
o andejo que surgiu
no
repente e sem malícia.
Eu
sou a própria notícia
deste
ronco do bugio.
Sou
mais, muito mais, sou o aroma
das
flores da primavera.
Sou
cacimba de tapera,
sou
doce de encomenda.
Espero
até que me entenda
Que
sou o amargo doce
do
beijo que desgarrou-se
dos
lábios de alguma prenda.
Mas
quem sou afinal?
Ah!
Que pergunta buena.
Sou
o tilintar da chilena
do
domador afamado,
que
só montou em aporreado
nos
corredores da vida.
Sou
peão que chega na lida
pachola
e desaforado.
Sou
grito do quero-quero
sentinela
das coxilhas.
Qual,
clarim dos Farroupilhas
num
ataque alucinante.
Sou
o churrasco do andante,
Num
descanso na viagem.
Eu
sou a própria imagem
do
nosso novo imigrante.
Sou
eu, que na noite calma
ouço
o cantar de galo,
e o
tropel de cavalo
da
parteira da campanha.
Sou
o borrachão de canha,
pra
saudar o visitante.
Que
bem logo, ali adiante,
saboreia
uma picanha.
Eu
sou a hospitalidade
da
gauchada de agora.
Sou
a saudade de outrora
e
crioulo deste chão.
Sou
cuia de chimarrão,
sou
água que esta aquecendo
como
vocês estão vendo.
Eu
sou a própria “tradição”.