Confrades
de rimas rudes,
Tupã
foi berço divino
pra
quem aprendeu a cantar
com
claves de vento e rio
pois,
a Mãe de Deus abençoou
as
águas do Toropi
meu
rio irmão peregrino
que
serpenteia na serra
pra
se espraiar vagaroso
pelo
verdor dos varzedos.
Irmandade
combatente
de
noitadas mal dormidas
onde
as guitarras assombram
os
fantasmas que trazemos
e o
poema toma forma
do
coração do cantor;
Peço
permisso e tenência
pra
o verso sem pretensão
que
vem com cheiro de poeira
de
tanto cortar estradas.
O
amor desenfreado
acendrado,
impregnado
no
corpo e alma da gente
pelo
verso de tiro largo
nos
fez assim, companheiros
irmãos
de noites insones,
das
horas boas e tristes
se
é que existe tristeza
pra
quem canta de alma aberta,
alpedo,
empilhando rimas.
Quando
o passado desfila
no
potreiro das lembranças
um
corolário de imagens
cvem
adornar a existência.
Uma
silhueta brejeira
com
crespos em desalinho
habita
pelos recuerdos,
como
se fosse um fantasma
que
em brumas envolto vem
inquietar
as madrugadas.
Malabruja,
um mouro negro
calçado
nas quatro patas
frente
aberta, marchador
me
traz imagens distantes
de
campo, gado e mangueira
sem
olvidar os passeios
ao
trote sem muito alarde
quando
em pilchas de domingo
rumbeava
ao rumo do povo
negaceando
algum romance.
Talhada
aos cinzéis dos ventos
no
topo de um plano grande,
a
cidade donde eu vim
que
vista assim de relance
nos
dá ligeira impressão
do
tempo não ter andado.
:Engano,
são fantasias
quem
chega é sempre um menino,
quem
parte, um homem curtido
pelos
repechos da estrada.
Nas
ruazinhas estreitas
parece
ainda viverem
incontáveis
personagem
que
me povoaram a infância.
Um
louco trançando notas
num
canto de rimas pobres,
um
andarilho, um ginete
e um
gaiteiro repontando
uns
casais desparcerados
na
casa da “carreteira”.
Num
bolicho de arrebalde
de
variado sortimento
um
rádio marca Mundial
entretinha
a parceria,
com
toadas e milongas
entre
chiados e reclames.
Vez
por outra um trovador
desencordoava
da idéia
um
versejar bochincheiro
numa
sextilha campeira.
Nas
horas lentas do mate
a
tropilha dos recuerdos
vem
pastar a tenra grama
dos
varzedos interiores.
O
poema brota rindo
como
vertente de cerro,
como
cascata de arroio,
para
encerrar no piquete
esta
potrada gaviona
que
despersou-se a lo largo.
Bem
mais tarde, sol se pondo,
chegada
à boca da noite,
as
sombras fazem do rancho
uma
ode à solidão.
Volto
dos longes que andei
em
meio ao canto dos grilos,
tento
cerrar esse poema
nessa
décima inconclusa
deixando
aberta a porteira
para
os recuerdos voltarem