MEU NOME É LEGENDA
Luiz Menezes
Venho do fundo do Tempo
Há muitas luas que ando!
Sou o presente cantando
Na harmonia do passado;
Sou um nome venerado
Pela raça que forjei,
O Pampa me fez seu rei...
Sabes tu então quem sou?
Venho do fundo do Tempo
Há muitas luas que ando!
Trago tropéis de entreveiros
Gritando dentro de mim,
O avançar do Clarim
Das epopéias gloriosas;
Trago a seiva dadivosa
Onde a verdoenga lavoura
Tem sempre o frescor de
aurora
Como fruto do labor...
Sabes tu então quem sou?
Venho do fundo do Tempo
Há muitas luas que ando!
Sou o grito liberdade
Na orquestração do ideal,
O indomável bagual
De mestiça castiçagem
Que nem do tempo, a voragem,
Nesse seu rito pagão
Apagou a Tradição
Meu candeeiro nativista.
Sabes tu então quem sou?
Venho do fundo do Tempo
Há muitas luas que ando!
Sou o Minuano gritando
Como um relincho perdido
Que mais parece um gemido
Quando passa na cumieira;
A lagoa feiticeira
Que a noite possui estrelas
Onde o quero-quero ao vê-las
Quer querê-las só pra si...
Sabes tu então quem sou?
Venho do fundo do Tempo
Há muitas luas que ando!
Sou o era-boi! Do Tropeiro
Sou a
carreta chorona,
A voz rouca da cordeona
Que se aquece nos fogões;
Sou chimarrão dos galpões
Sou laço, facão e mango
Sou o guasca no fandango
Prendido a china taful...
E agora, sabes
quem sou?
Sou o Rio Grande do Sul!!!