Para
deixar Distância, Tempo e Saudade!
Luciano Salerno
No alto
da coxilha de pedra
um - Rumo,
Querência e a Razão para ficar -.
Na
ampulheta moura do meu pensar,
os recuerdos de uma alma emponchada
querem campear
lembranças distantes...
...perdidos
desejos, costeios errantes
de quando
sentia estarem bem perto,
mas, estavam
longe do meu alcance.
-Assim, me vou para deixar “Distância”
onde habitei
corpo e alma desde remota infância.
Intrínseco lugar de sonhos que a inquietude tece
as incertezas dos caminhos que aguardam
a despedida.
A alma sem guarida, o coração em contrapartida
se entranha
nas sendas do tempo que amanhece...
quando dei
rédeas no meu cavalo - vida -!
E na sina de voltar sem ter ido,
o ontem a
transpor para um mundo real
os devaneios
alçados num amanhã sem igual.
Diante as retinas imagens vão-se a compor
uma saudade
sem destemor, o tempo a contrapor
na
geografia da alma um poema ancestral
para ser
manancial na voz de um recitador.
- E assim me vou, para deixar o “Tempo”!
Ao tranco largo campereando
invernadas
topando as intempéries que vierem na estrada
e
inquietando os maestros provincianos.
Um vento haragano folheia
meu cotidiano
como um livro
de páginas encantadas...
com versos
de “Rillo” e “Aureliano”.
Quem sabe seja o tempo a deixar
pairando no
ar - visagens na tarde gris -
e um
lúdico aroma de flor e raiz
pra quando
repontar imagens esquecidas,
distâncias
percorridas, o chão sem guarida
retoce minha
alma e me faça aprendiz
de rimas
eternizadas em cantigas.
- E assim me vou, para deixar uma saudade!
Ao revés da alma despejarei as ausências
quando cruzar
cada “marco” da querência
com o
atavismo que se aflora assim:
O coração um “fortim” e lágrimas de fim
para o amor
infinito de reminiscências
da lírica
poesia que habita em mim.
Reponto meu destino pela estrada,
na moldura
das retinas as imagens
vivenciam todas as
mensagens.
“Levo retida na alma a
raça de tupã,
alertas de tajãs e a força de um
tarumã
para compor esta romanesca
paisagem...
e ser querência no ouro sol
da manhã!”