Boneca de Pano
Léo
Ribeiro de Souza
“Dorme
filhinha
que a Cuca já vem.
Papai foi à caça,
mamãe logo vem”.
E a boneca de pano
e palha picada,
cabelo de milho,
bochecha encarnada,
cochila em meus braços.
A minha boneca de pano.
Amiga nas horas,
nas horas sozinhas,
nas tardes de inverno
a brincar de casinha.
Amiga nas noites
de grande tormenta
ouvindo as histórias
da velha Siá Benta.
A minha boneca de pano.
Aonde me levam
eu levo a Juquinha
nem ela, nem eu,
andamos sozinhas.
E quando estou triste
ela chora também.
Eu sinto que ela
me quer muito bem.
A minha boneca de pano.