RASTROS DE UM PEÃO DESAGREGADO
Lauro Teodoro
A velha porteira da
invernada,
Sempre foi o norte do peão.
por ali passava para as
lidas,
voltando pelos rastros no
chão.
Quando evolução chegou no
campo,
matando a velha lida ancestral.
O peão sem estudo e xucro,
Foi jogado na estrada real.
Sem partilha nas coisas
materiais,
Mãos vazias deixou o meio
rural.
Levou apenas referência do
patrão
Que na cidade nunca foi
capital.
Sentiu no peito o pialo das ruas,
Restando um cavalo sem
encilha.
Seu horizonte é o céu e a
lua,
E a estrela d’alva que
brilha.
Aquele instinto forte e
guapo,
que percorria os alambrados.
Transformou-se em um
andarilho,
Na invernada dos desgarrados.
Agora seus rastros e seus ofícios,
São lembranças e sonhos de
menino.
Andando à léguas de sua
referência,
Na paisagem sombria do
destino.