QUADRO DE INTEMPÉRIES HUMANAS
Lauro Teodoro
Quando me escoro na roda de
mate,
Com alguns gaúchos de agora,
Vou cismando, um triste
arremate,
Das lidas e dos costumes de
outrora.
Vislumbro um atavismo sonoro,
Que brota nos jovens afinal.
A influência, do modismo do
povo,
Mudou o galpão, evoluindo o
original.
Pra trás vai ficando a vida
no campo,
Silenciou a canga, o paiol e
o pilão.
O trator estropiou a cor do
pampa,
Virando a terra e o verde do
chão.
Não precisa mais do laço para
as lidas,
As colheitas cabem na cova da
mão.
Onde o quadro intempérie
marca a vida,
É a raça humana entrando em
ação.
Por mais que a luta da
natureza resista,
Sempre existem idéias
contrárias pela frente.
Quando perder de vista matos
e aguadas,
É que vão se preocupar com o
rumo do poente!
Quero fazer ao mundo um
grande alarde,
Não vou deixar os costumes
chegar ao fim.
Pra quem ama a querência
nunca é tarde,
Pra fazer essa gente ouvir os
ecos de mim!