PRECE AO GALPÃO

Lauro Teodoro

 

Ora! meu velho galpão,
para onde foram as lidas,
que te impôs a decadência,
nessa condenação da vida.

Em tua majestosa sombra,
Muita alma descansou.
Um templo que agora tomba,
nos ciclos vivos que ostentou.

Quantos pássaros junto a ti galpão,
Faziam ninhos... e viviam a cantar. 
Quantos guachos berravam em vão,
Penando a dor de quem não vai voltar...

Te confesso meu velho galpão;
Na memória guardei teu nome.
Bem no fundo do meu coração,
Tu és devoção, e fome.

Muitos já te abandonaram.
Não querem mais te ver,
Mas, Eu, não renego as origens...
E jamais vou te esquecer!

Mas se alguém me ver chorando,
Pelas pulperías, aqui da cidade,
Será o remorso... das injustiças...
Arrancando do peito, a minha saudade!!!