Lauro Teodoro
e
bateram asas,
como
prenunciando no seu cantar
mais
um dia na estância!
Acordar
num amanhecer
sobre
os pelêgos e arreios,
bater
o tição,
reacendendo
o fogo dormindo
para
aquecer as cambonas.
No
romper da aurora
passar
água da cacimba na cara,
riscar
o sinal da cruz
entre
a testa e o peito
pedindo
a proteção do senhor,
respirando
fundo o ar do orvalho
enquanto
as ultimas estrelas
vão
se apagando no mirante do céu,
que
parecem se curvar
ao
encontro do verde das matas
e
ao cantar dos pássaros.
Os
olhos, galopam léguas
pela
barra do horizonte
sem
tropeços, no colorido rural,
levando
no reponte o aroma
da
ultima cuia de mate
que
tomou ao calor
do
fogo galponeiro
com
a peonada na estância.
Enquanto
a água limpa da sanga
vai
pipoqueando no pedregulho
descendo
a corredeira.
e
nos chás de água na bica
que
levanta o velho manjolo
E o
pilão de bater canjica.
no
remanso da sanga,
a
pinguela de pau de angico
falquejada
a machado
que
dava vau para as coivaras.
Ao
redor da velha mangueira
de
rachão de pau cerno
as
vacas, remoendo
e
se despreguiçando
de
ubre cheio, a espera do tambo.
Os
terneiros berrando agalponados
ensaiando
o apojo das tetas.
O
relincho dos cavalos no galpão
assanhados
para começar mais uma lida,
de
vez em quando os quero-queros
vão
dando o alerta de sentinela,
e
no verdejar dos campos
sai
o peão, o cavalo e o cachorro,
três
fiéis companheiros
para
mais uma camperiada!
Ouço
écos de canga e canzis
indicam
que já estão ajoujados
os
bois da carreta e do arado,
os
paióis atopetados
de
milho na espiga
e
fardos de pastos seco
para
os bichos no inverno.
A
fumaça que sai da casa grande
e
da quincha dos ranchos
começa
a se espalhar no ar,
formando
rosários no azul do céu
como
se fosse o bocejo
dos
fogões campeiros!
No
horizonte, o sol vai loirando
como
uma abóboda celeste,
seus
raios fazem a explosão
de
orquestra com as águas,
enquanto
o cantar das cigarrras
prenunciam
o verão.
A
terra criou o homem
e o
homem criou seus costumes
porém,
a evolução, soterrou
os
sentimentos da vida na estância.
Com
o passar das luas
que
vivem repontado pelos outros
fugindo,
na calidês de suas raízes.
Porém,
nas taperas e nos povoados
restam
só as lembranças,
envelhecidas
no gancho da saudade,
a
realidade entristeceu o campo
disfarçado
de progresso
encurralou,
a chucrês dos galpões
que,
num corredor sem regresso... soluça!
Quase
sem fôlego, para sustentar vivência
a
geração de nossos descendentes!!!