RODEIO

Jurema Chaves

 

O grande rodeio Coringa

se ouvia na Farroupilha

junto com minha família

escutava emocionada

grande desfile de artistas

poetas e repentistas

na minha infância passada.

 

Saudoso Darci Fagundes

junto com o Luiz Menezes

eu escutei muitas vezes

minha emoção galopava

nas asas da fantasia

em meio a tanta alegria

o Gato Preto cantava.

 

Eu sentadinha no cão

te aplaudia, te aplaudia,

eu sei como queria

um dia te conhecer

te chamar de meu amigo

quem sabe cantar contigo

dividindo este prazer.

 

O Darci anunciava

“Mi maior de Gavetão

aumentava a emoção

e os versos não tinham enleio

Luiz Muller, o “Gato Preto

e o Portela Delavi

tantos sonhos eu vivi

escutando este rodeio.

 

Meu querido Gato Preto,

que alegrou minha infância

a minha alma de criança

que no rodeio sonhava

repontando a esperança

nos versos que tu cantava.

 

Tudo no mundo tem fim

e o Rodeio saiu do AR,

como pode terminar

um programa deste quilate

e quando a saudade bate

eu ouço alguém a cantar

no rodeio celeste

o Darci a declamar.

 

E no rodeio da vida

o Gato segue cantando

do passado recordando

rima seus versos ao léo.

Para os amigos de outrora

ao Muller que foi embora

cantar com os anjos no céu.

 

Ouvindo o Luiz Menezes

tocando seu violão

na voz toda emoção

a minha saudade avança

lembro tempos de criança

no rodeio da ilusão.

 

O tempo foi se passando

eu pintei este retrato

Delavi, Müler e o Gato

cantando com imponência

e eu na minha inocência

guardei na minha retina

os sonhos desta menina

embalados na querência.

 

Fico abraçando a lembrança

das alegrias que eu vivi

o Menezes e o Darci

cantando com emoção

rodeio, rodeio da ilusão

escutando este rodeio

nasceu minha inspiração.