POETA CORAÇÃO

Jurema Chaves

 

A escrever poemas me liberto
O longe é perto, sem limites pra sonhar
Coração alado voejando liberdade
Rumos mesclados de amor, sonho, saudade
O dom de versejar é infinito

Não tem fim e nem começo
É algo que não tem preço
Igual às ondas do mar
Com ressaca ou calmaria
É imensidão que separa
Canção que nunca se cala
Quer de noite, ou quer de dia

Um coração de poeta pintou a natureza
Salpicou tantas belezas
Nos vales e pradarias
A mágica nostalgia
Que enlaça o fim do dia
No rubor do sol poente
Transcendendo em poesias
Num
canto de amor ausente

Há um canto de saudade
Povoando noites desertas
O "só" das horas vazias
Tudo se faz poesia
No coração do poeta

Poder ficar e partir
Nas asas-luz do universo
Poder chorar e sorrir
A alma plena de versos!

Não Ter nacionalidade
Nem fama, luxo, dinheiro
Pois a tal felicidade
É um amor puro e verdadeiro

É Ter ternura na alma
Brotando por entre os dedos
Mágica simbiose
Sobre a branca celulose
Mesclando amor e segredos

Por isso, não me perguntem
Pra onde vou, de onde venho
Só sei que tudo que tenho
Cabe na palma da mão
Ser tão só, unicamente
Onde pulsa simplesmente
Um poeta-coração!