PIALO DA SAUDADE

 Jurama Chaves

 

Meu ranchinho abandonado

Lá no meio da campina

Onde até mesmo a neblina

parecia te enfeitar.

Nas noites de lua clara

Ficava ainda mais bonito

O meu rancho pequenito

Quanta saudade a lembrar.

 

Eu fico olhando as estrelas

Brilhando no firmamento.

Sentindo a brisa do vento

Nas noites belas do pago.

No pialo deste índio vago

Que prendeu este índio vago.

Sentado aqui tão solito

Sorvendo meu mate amargo.

 

Me perco em divagações

Bebendo a doce lembrança.

E vejo a tua linda trança

Presa num laço de fita.

Teu lindo rosto moreno

Ah! Que saudade infinita.

Mas tu partiste para o céu

Minha chinoca bonita.

 

Tu que enfeitavas meu rancho

Tu que eras minha alegria.

Fazendo meu dia-a-dia

De plena felicidade.

Do teu sonho e esperança

Ficou somente a lembrança

E esta imensa saudade.

 

As vezes olho para o céu

Tentando falar contigo.

Se entendes o que digo

responda-me por favor.

Libertando-me da dor

Que ficou na tua ausência.

Pra viver o nosso amor

Em uma outra existência.

 

No suplício da saudade

Vou levando a minha vida.

Numa vontade incontida

De rever quem amei tanto.

Meu sonho cheio de pranto

A emoção me domina.

Adeus chinoca morena

Mimosa flor da campina.