PÁTRIA

Jurema Chaves

 

Pátria. Mãe, te agradeço

Meu destino de poeta,

Traçando a rima dileta

Tuas belezas eu canto,

Pago sul, eu amo tanto,

Que meu peito se emociona

Quando ouço uma cordeona

Saudades. Formam-se pranto.

 

Me inspira tanta beleza

Que entardece na campanha,

Este amor que me acompanha

Por onde quer que eu ande.

Vou embalando o Rio Grande,

Nesta ternura tamanha.

 

Levo o verde da campina

Engalanado em beleza.

É pra ti, mãe natureza,

Este troféu farroupilha.

Tem cheiro de maçanilha

A rima deste meu verso,

Meu mundo, meu universo,

Entre planícies e coxilhas.

 

Meu verso brota da alma

Como semente do chão.

Cheirando a mangericão,

Que todo mundo deseja.

Tem gostinho de cereja

A leveza do beija-flor,

Que colhe seiva de amor

Em cada flor que ele beija.

 

Cada verso é um carinho,

Cada letra é um afago,

Como o sorver trago a trago

O amor pela querência,

Saboreando a essência

Do mate amargo gostoso

Sou o Rio Grande garboso,

Poeta por excelência.