PAMPEANA
Jurema Chaves
Linda flor, mulher gaúcha,
Gaúcha flor, tão mimosa.
Desse perfume de rosas
Que exala pelos galpões,
Gineteio as emoções,
Fitando este rosto teu
Quando estes teus olhos verdes
Ficam pousando nos meus.
Fico sem fala, te juro,
Quando sorris deste jeito,
No galope do meu peito
Entre mil divagações
Em meio a tantas razões
De meiguice e de beleza
No trono da natureza
Escravizas corações.
Cabelos de
noite escura
Olhos feitos da campina.
A tua voz cristalina,
Que me fascina e encanta,
Com esse jeitinho de santa
Sorrindo assim com ternura,
Não gosto de seiva pura
Quando a manhã se levanta.
Todo o encanto e brejeirice
Que esse teu olhar contém
Não se compara a nimguém
Esse teu jeito de ser
É um jardim a florescer
Nesse rostinho moreno,
Com respingos de sereno
Brilhando no alvorecer.
Herdaste a força de Bento
E a coragem de Anita,
Tornado-te mais bonita,
Nesta mistura de raças,
Levando por onde passas
Esta beleza aragana
És, a musa pampeana,
És, a gaúcha lindaça.
O teu olhar tem um “quê”
De não sei “quê” que me
fascina
Esse riso, doce menina,
Põe asas na imaginação.
No potro xucro do meu coração
Puseste um freio, e de
mansinho,
Fui domado pela força do
carinho
Da flor mais bela deste meu
rincão.
É por isso, pampeana,
Que te faço esta homenagem.
És, a mais bela paisagem,
Que contemplo enternecido
Nas rendas do teu vestido
A enfeitar os galpões
Embalar as tradições
Deste Rio Grande querido.
Esse vestido de chita
Tua beleza realça.
Engrandecendo esta raça
Que brilha onde quer que ande
A tua fama se expande
Rainha do pago sul
Mais linda,
que o céu azul.
Estampa do meu Rio Grande.