Pampa
Jurema Chaves
Nos verdes campos sulinos
Sou prenda, botão de flor
Essência pura do amor
Que verteu na terra santa
Sou a índia que se levanta
Clamando por igualdade
Unindo campo e cidade
Trago a cultura de um povo
Injetando sangue novo
Num canto de liberdade.
Nessa terra missioneira
Brotei num grito de fé
Onde a lança de sepé
Estremeceu com entono
Mostrando que tinha dono
Essa pampa-realeza
No berço da natureza
Na calidez das aguadas
Essa prenda entusiasmada
Bebe cultura e beleza.
Quando a Bandeira do pampa
Tremula na voz do vento
Elevo meu pensamento
Ao pai-maior do infinito
Esse Rio Grande bendito
Com luzeiros nas planuras
Redesenhando molduras
No elo da tradição
Semeando versos no chão
Beijando a cruz missioneira
Bebendo a seiva campeira
Num porongo-chimarrão.