MULHER CAMPEIRA
Jurema chaves
Eu sou a mulher gaucha
Que ama a vida nos
campos
Entre flores, pirilampos
Cuido de casa e jardim
E dois lindos piazitos
Que o patrão lá do infinito
Deu de presente pra mim.
O meu peão é um
gaúcho
Guapo, das lidas
campeiras,
Domador, e bom ginete
Entende tudo de campo
De cada palmo desse
chão,
Traz o sol dourando a pele,
E um riso largo, como
um céu sem nuvens
Um misto de rudez
e coração.
Eu sou feliz,
nesse recanto,
A colcha verde dos campos
Bordados de primavera
Girassóis
trazendo ouro
Para o néctar das abelhas,
Sou rica, tenho tesouros
No trono da natureza.
Nuns olhos mansos
profundos
Do meu peão guitarreiro
Mesclas de anjo e guerreiro
Herói de um pequeno mundo.
Esse rancho, é mais que um sonho,
Tem raízes verdadeiras
Nessa origens
campeiras,
Pago sul, bravo e altivo
Que junto a ele cultivo
Com força, coragem e fé
De um dia ver mais
crianças
Cultuando a tradição,
Pra o meu pago-coração
Ser maior do que já é.
Meu taura gaúcho
pampa
Que traz na estampa a
identidade
De um verdadeiro campeiro
Na singeleza do ser.
Entende o canto das
águas
E, os silêncios de prece
Que a natureza traduz
Como guirlandas de luz
Quando a alma se
transcende.
Na voz um tom de brandura
Vem acordar a ternura
Que mora dento de si.
A tardezita
ele chega
E o mate já esta cevado,
Bota um piá de cada lado
E conta fatos, e feitos,
Num retrato do passado
Escrito a ponta de lança,
Pra que amanhã também tenham
Orgulho da nossa história.
Há tanto amor em seus olhos
Que emociona e encanta
Me sinto quase uma santa
Por merecer tanto amor!
Depois abraça a guitarra
E canta como ninguém
E aquelas
mão calejadas
Parecem toques de fada
Numa lira enternecida
Querendo alcançar o céu,
Com asas azulecidas.
E no altar do meu coração
E´ a sinfonia dos anjos
Num hino de amor á vida.