DESCAMINHOS
Joel Capeletti
Nesses
arrimos de iguais caminhos,
por
entre diferentes semblantes,
vão
perambulando os dias...
Os
passos apressados
e
sem rumo,
vão
contornando os destinos,
vão
quebrando as esquinas
dessas
vilas,
dessas
vidas...
Uns
vêm, ...
outros
vão, ...
E
perdem-se nas alamedas.
Estão
se despilchando do simples,
perdidos
entre corpos desconhecidos
e
estranhas faces.
Vêm
curvados na carcaça
esguia
e judiada,
que
há tempos buscam fortalecer.
Neles,
a
solidão e o descaso
buscam
o encontro
de
contra-passo as origens.
Vão
se distanciando aos poucos.
Vai
se perdendo a luz dos trilhos que trilham...
Vão
buscando infinitos perdidos em si.
Nem
sequer se tocam,
não
estesdem a mão como dantes.
Não
sentem o calor de outrem.
Não
despertam ao amanhecer,
pelo
dia sucumbem à vida
e
na noite são esquecidos
nos
cordões dessas frias calçadas.
Jõaos,
Marias, Pedros
e
outros tantos,
perdidos
no paraíso da procura,
que
na frieza dos instantes,
nada
encontram e
na
loucura vão se debruçar.
Vão
mermando nos tempos.
Vão
padecendo como seres.
Estão
ao léu esses rebentos divinos
outrora
donos dos ventos e dos pastos.
Vai
na mesma estrada
tudo
que sonharam ter.
Esqueceram-se
dos pendões de flechilhas
e
flores de trevo que antes tinham.
Rápidos
e ágeis
somem
entre procelas.
Tombam
as noites
e
afrontam-se às portas da miséria
e
vão abraçar as favelas.
Perdidos
em turvos pensamentos,
sucumbem
ao poder alheio.
Na
ignorância.
e
envelhecem e,
outra
vez,
tornam
a trilhar o escuro da incerteza.
Morde-lhes
na cara
a
fragrância da liberdade
dos
ventos da estância.
Na
memória, recolhem os potros
e
nas mesmas sesmarias
queimam
as coivaras.
Procuram
a fuga...
Tropeçam
nas multidões
e
vagueiam a esmo.
Não
encontram mãos amigas
nem
parceiros para o mate.
A
cuia passa...
Passam
as luzes do cotidiano
e
por entre nós,
os
“sem rumo ou suerte”.
Que
se replantem os homens.
Que
conservem suas virtudes.
Que
se perca a pressa
desses
que tem pressa de chegar
a
lugar algum.
Que
repartam a seiva da erva
de
novos mates e novas cuias.
Que
essas crianças e velhos
não
marginalizem
ao
paralelo de rodovias
de
negro asfalto,
qual
negror de seus sonhos.
Que
busquem a essência do valor próprio
que
está no chão de que são oriundos
e,
nisso, encontrem a razão de retornar
e
plantar a semente ,
que
no inanimado urbano
não
frutificou