Longe do Meu Pago
João Pantaleão G. Leite
Hoje distante
Da querência que adoro,
De tristeza quase choro,
Nesta vida de cidade,
Que me adianta!
Viver em pleno conforto,
Com o coração quase morto,
Resequido de saudade.
Quero voltar
Para os verdes do meu pago,
Saborear meu mate amargo,
Junto de um fogo de chão,
Ouvir o galo
Cantando pela manhã,
Esporeando o picumã,
Sobre a quincha do galpão.
Sentir o vento
Galopear pelas coxilhas,
E o cheiro de maçanilhas,
Nas manhãs de primaveras,
Passar a faca
na gordura da picanha,
Galopeando um trago de canha,
A alma que inspira o que
qüera.
Permita Deus
Que volte para o meu povo,
Assim reviver de novo,
A beleza que lê expande,
Só não parece
Quem no pampa não nasceu
E não amar como eu
As coisas do meu Rio
Grande...