ADEUS VELHO PAYADOR
João de Freitas
Os costumes do sul do país
Têm pura autenticidade
Terra de hospitalidade
E de grande filosofia
Com grande categoria
Que Deus pôs em nossa meta
O talento do poeta
Que se vibra em poesia.
Em cada poeta xucro
São estilos diferentes
São sábios e inteligentes
Sempre com boa tendência
Cada qual sua experiência
Pela sua inspiração
Com amor e dedicação
Dos costumes da querência.
Mas teve um grande poeta
Sem nada que compará-lo
E ninguém pôde imitá-lo
Pelo seu conhecimento
Com fibra no pensamento
Pela perícia campeira
Hasteando nossa bandeira
No pódium
do pensamento.
Todos temas campesinos
O grande poeta recolheu
Cada trabalho escreveu
Por ser humilde e gentil
Empunhou firme o fuzil
Fazendo a sua parte
E semeou obras de arte
Aos quatro cantos do brasil.
O filho da Bossoroca
Do Rio Grande primitivo
O poeta mais nativo
Que a natureza gerou
E a pampa consagrou
A sua capacidade
Com sua mentalidade
O gaúcho se realizou.
Depois de tantos sucessos
A triste fatalidade
Nos deu infelicidade
Com aquele câncer tão bruto
E a morte levou o produto
Nos tirando esta criatura
E a nossa gaúcha cultura
Vestiu-se toda de luto.
Foi Jayme Caetano Braum
O Payador
missioneiro
O poeta verdadeiro
Incopiável e sem luxo
Que sempre enfrentou o repuxo
Ele foi uma obra prima
Fábrica gaúcha da rima
Do maior poeta gaúcho.
A maior perda gaúcha
Com livros bons e CDs
Em colégios e CTGs
Tu sempre serás lembrado
O gaúcho bem preparado
Sempre com a idéia acesa
Um pedaço da natureza
Do Rio Grande do passado.
O doutor da poesia viva
Pra terra tapeou a chapéu
E na querência do céu
Foi fazer nova jornada
Ocupando outra morada
Onde os anjos disseram amém
Lá na querência do além
Representa a gauchada.
Adeus Jayme Caetano Braum
Muito o pago te deve
Qualquer poeta que escreve
Se inspira em você daqui
Sente sua alma por aí
Vagando sobre o relento
E se esmaga o sentimento
Ao lembrar-se de ti.
Deus que te guarde gaúcho
Junto a sua seleção
Se der saudade do rincão
Tu pode
ficar alerto
E fale com o pai por certo
Que novamente de mande
Por que teu velho Rio Grande
Te espera de braços aberto.
Muito obrigado parceiro
Por tudo que fez ao pago
Foi carinhos e afago
Lutas e dedicações
Foi amor as tradições
Com carinho vida e calma
Suas obras sempre é alma
Das futuras gerações.