PROEZAS DE UM GAUDÉRIO
João Batista de Oliveira Gomes
Nesses versos que eu canto
Eu vou contar pra vocês
As proezas de um gaudério
E de uma viagem que ele fez
Até o dia eu me lembro
Foi em mês de novembro
O dia quatorze do mês.
Saía de Passo Fundo
Um gaudério bem viajado,
É gaúcho de verdade
Sempre anda bem pilchado,
Foi visitar sua filha
Que há muito tempo não via
Na capital do estado.
Chegando na
rodoviária
A coisa foi complicando,
Deu uma volta por ali
Ninguém estava lhe esperando,
Já puxou do endereço
Não quero saber do preço
E o táxi já foi chamando.
Seguiram lá pra Petrópolis
Não levou nem meia hora,
Com o endereço na mão
Puxa vida que demora,
Comigo nunca dá enguiço
É este aqui o edifício,
Já se jogou porta afora.
Já subiu a escadaria
Aquilo foi num relento,
Foi parar no corredor
Sempre firme o pensamento,
Muito ansioso, louco de pressa
Tinha subido às avessas
E já errou o apartamento.
Ficou parado na porta
Já pensou que estava em casa
À moda galo de espora
Diz: aqui eu arrasto a asa
E muito alegre e contente
Estufou o peito pra frente
E prendeu, um, oh de casa.
Nem assim lhe atenderam
Pois estava na porta errada
Mas o gaudério foi empurrando
A porta estava encostada,
Mas aí a coisa enfeiou
Não é que quase apanhou
De uma velhota empregada!
Tudo isso aconteceu
E o gaudério, eu admiro
Por isso contei em versos
Rimado com muito brilho
Vejam o que sucedeu
Tudo isso aconteceu,
Com o gaudério Valdomiro.