O HOMEM DA CUIA GRANDE

João Batista de Oliveira Gomes

 

Eu que sempre fui gaúcho

De cultuar a tradição,

Onde vou levo comigo

A cuia de chimarrão,

Fui visitar um amigo

Pra mim é mais do que irmão,

E me recebeu o vivente

Alegre, muito contente,

Também de cuia na mão.

 

Lá em casa eu tenho cuia

Para fazer coleção,

Tem pequena, média e grande

E também tenho cuião,

A cuia deste meu amigo

Me chamou mais atenção,

Comprida, grande e bonita

Ele exibe pras vititas;

Que agarram com as duas mãos.

 

Na região onde ele mora

É por demais conhecido,

Como homem da cuia grande

Um dos vários apelidos,

Mas ele não se incomoda

E até acha divertido,

Tem outro mais engraçado

Pois também já foi chamado

O homem do cuião comprido.

 

É gosto visitar

 Aquele baita gaúcho,

Levanta de madrugada

Vai pra frente do fogão,

Bota a água esquentar

Passa a mão no seu cuião,

E ceva com erva boa

E depois chama a patroa,

Que está pronto o chimarrão.

 

Quando eu visito este amigo

A cuia da mão não sai,

Proseando em roda de fogo

Mate vem e mate vai,

E depois peço licença

Que este gaúcho já vai,

E abraço com cuia e tudo

Esse amigo bem cuiudo,

Meu velho e querido pai.