AGRADECENDO UM PRESENTE
João Batista de Oliveira Gomes
Entre os trastes velhos que
tenho
Lá no meu rancho guardado,
Tem um que é bem mais
lembrado
Porque sempre me acompanha,
É nele que levo a canha
Quando saio pra uma andança,
Companheira do peão
Onde pára, acampa e descansa.
O traste velho que falo
É de muita utilidade,
Na campanha ou na cidade
Anda junto com o gaúcho,
Traste simples e sem luxo
E de forma bem sutil,
O traste que eu tanto falo
É este velho cantil.
Velho cantil de alumínio
Bem revestido de verde,
Pendurado na parede
Ele até fica entonado,
Eu espiando meio de lado
Ali admirando eu fico,
E ás vezes até converso
Co'o velho traste milico.
Neste traste companheiro
Que qualquer gaúcho bica,
É um frasco, é uma relíquia
De muito valor pra mim,
Explico tim-tim
por tim-tim
Esta verdade que digo,
Este cantil que me acompanha
Foi presente de um amigo.
É por isso que zelo tanto
Com amor, carinho e afeto,
Presente do amigo Beto
Que me deu de coração,
Me causando emoção
Que na garganta senti,
Quando por surpresa minha
O presente que recebi.
Te agradeço amigo velho
Neste verso que te faço,
Para ti, um grande abraço
Te digo muito obrigado,
Nesta mala de riscado
Que também me foi presente,
É que vai o cantil velho
Bem cheio de aguardente.
Ah! cantil
velho gaudério
Eu nunca esqueço de ti,
Quantos tragos eu bebi
Quantas
mágoas afoguei,
Quantas vezes eu sonhei
Que beijava uma percanta,
Dava um beijo no cantil
Tirando o pó da garganta.