ÍNDIO DESAPORREADO
João Alves Garcia
Eu vou cantar a vocês
O que aconteceu nesses dias,
Na bodega do Florêncio
Por lá tudo era alegria.
A turma tomava trago
Cantava verso e sorria;
E o Antoninho
Batata
Era o que mais se divertia.
Lá pelas tantas, num canto,
Formou-se uma confusão
Só poeque
um trago de canha
Derramou sobre o balcão,
O Antoninho
encomodou-se
Gritando que era machão,
E deu um bote certeiro,
No gargalo do Bastião.
Naquele instante o Protásio
Que era um índio resolvido,
Pediu calma aos revoltados
Porém não foi atendido,
Deu um tapa
no Antoninho
Que o índio saiu comprido,
Ao pular uma porteira
Sentiu que estava ferido.
Depois que foi socorrido,
Nos autos foi constatado,
A perda de cinco dentes
E o nariz arrebentado;
Mesmo assim; pediu desculpas,
Ao Bastião
e seu cunhado
E confessou aos presentes
Eu estou desaporreado.