MAIS UM ANO
Jayme Caetano Braun
Mais um ano entra na forma
Da tropilha dos meus anos.
Baio - tordilhos - tobianos,
Mas o índio se conforma.
A vida não se transforma,
Parada - o mesmo que açude,
-corcovos da juventude?
Isso são baldas dos outros...
De tanto lidar com potros.
Só que fica é mais rude.
De quem vai servir mais um
Pra mim - que já domei
tantos?
A doma é cheia de encantos
Mas não deixa lucro algum.
Sempre encilha-se
o Bueno
O que pra o pobre é veneno,
Pra o rico é medicinal
E o que encanta ao maioral
Sempre entristece ao pequeno.
De que me serve maneia,
lombilho e buçal trançado,
Se o potro mais bem domado
Hoje é o que mais corcoveia?
De que adianta a lua cheia
Em céu de nuvens descobertos?
Que me importa o rancho
perto,
Se lá não chego nem moro
E a china que mais adoro
Se foi pra destino incerto?