TERRA GAÚCHA
Gonçalves C. Calixto (Cabeleira)
Então buenas
gauchada
Deste pago sem fronteira
A minh’alma coborteira,
De bombacha,
bota e espora..
Galponeia campo a fora
Nesta querência gaudilha,
No lombo da liberdade
Buscando lenda e verdade
Desta terra Farroupilha.
Quando falo do Rio Grande
Eu sinto que o coração
Tal qual bagual redomão
Corcoveia satisfeito...
Os manotaços
no peito
Me fez sentir alegria...
Por tudo que o pago tem
Me inspira a idéia também
Pras rimas da poesia.
Terra de Bento Gonçalves
E de Sepé
Tiaraju...
És, o berço onde o xiru
Será sempre o eterno dono
Da qual, São Pedro é patrono,
Por força da religião.
Além do regionalismo,
Respeitamos o batismo
Mulher, fandango e facão.
Esta é a terra charrua,
Morada do índio guapo,
Pois foi aqui que o farrapo
Jamais perdeu a esperança,
De facão, garrucha e lança,
Até o fim lutou parelho,
Heróis tombaram na guerra
O sangue rolou na terra
Deixando o pampa vermelho.
E mesmo com versos xucros
De uma rima primitiva
Relato a lembrança viva
De um passado que a história
Encheu páginas de glória
Mostrando a fibra que tem,
É este o pampa bravo,
Que jamais curvou-se
escravo,
Pros domínios de ninguém.