MENSAGEM
Cabeleira
Nós nascemos neste terra
Tão repleta de beleza
Onde a mão da natureza
Semeou carícia e afago
Somos senhores de um pago
Sem inimigos ou rivais
Nós somos representantes
Dos que fizeram a história
Simbolizando a glória
Da terra dos Marechais.
Somos figura lendária
Altivos por excelência
Amantes de uma querência
Que a todo o pampa domina
Somos orgulho da china
Nativa prenda bonita
Que se desprende em beleza
Carinhos e devaneios
Repicando sapateios
Quando dança a chimarrita.
Somos fortes como aço
Sem muito luxo ou traquejo
Temos na fronte o lampejo
De pura soberania
A força que um certo dia
Cruzou o pampa lendário
E voltou de queixo erguido
Trazendo a alma em pedaço
Mas sem recuar nem um paço
Pra banda de adversário.
Nós somos o desfio
Do passo dos chuleadores
Somos poetas, cantores,
E trovador do repente
Somos passado e presente
Das grandes revoluções
Trouxemos para os rodeios
Do passado, uma lembrança,
Traduzindo p’ra uma dança
O manejo dos facões.
Nós somos o churumingo
De uma gaita nos fandangos
Maragatos e chimangos
Se irmanando á mesma luta.
Nós somos a
força bruta
Do matungo caborteiro
Somos o próprio ideal
Daquilo que achamos certo
Quem nasce em campo aberto
Não se perde num potreiro.
Somos pampa, somos campo,
Somos mais que os oceanos,
Somos tauras
soberanos,
Que a través do tempo passa
Descendentes de uma raça
Que jamais esqueceremos
A história conta paisagens
Dizendo muita verdade
Mas não diz nem a metade
De tudo que já fizemos.
Somos riscos de chilena
Que ficou sobre a coxilha.
Somos a ilhapa,
a presilha,
Do laço do peão campeiro
Somos eternos guerreiros
Por causas tradicionais
A nossa arma é a mensagem
Mandada com importância
P’ra
esmagar a ignorância
Dos preconceitos sociais.
Somos o próprio Rio Grande
Soltando gritos de guerra
Herdeiros natos da terra
Que foi de Bento e Sepé.
Somos livres temos fé
Num pampa livre e seguro
Somos tropeiros do tempo
Que vai cheio de emoções
Repontando tradições
Do presente pro futuro.
Somos enfim a esperança
Naquilo que se acredita
Na chama que crepita
No meio do temporal.
Somos a
raça bagual
Que deu ao pampa civismo.
Matungo escaramuçando
No cochilhão
da verdade
Mostrando pra mocidade
A fibra do gauchismo.
E quando o jovem moderno
Compreender que não lhe
minto.
Vai sentir tudo o que sinto
Num culto ao tradicional,
Vai sentir-se um general
Sem ser mais do que ninguém
Vai ver como é importante
Ter o sangue de charrua
Amar a terra que é sua
Ser mais gaúcho também.