CHIMARRÃO
Cabeleira
Quanta alegria que sinto
Quando venho do roçado
Com fome, sede e cansado.
Me dói até o coração
Em vez de ir para sala
Tira o chapéu e o pala
E vai direto pro galpão.
Vou entrando e me aprochego
Junto ao foguito
de chão.
Sevo logo o chimarrão
Depois é que vou procurar,
E saboreio com jeito
Ele é um amigo do peito
Nas horas de descansar.
Por isso te quero tanto,
Chimarrão que me descansa,
Água verde da esperança.
Da gloriosa tradição.
És um refresco de luxo
Que satisfaz o gaúcho
Que gosta do chimarrão.
Se acaso ando viajando
E chego numa fazenda,
Antes de ir p’ra morada
Meu
chimarrão vou tomar,
Chimarrão a todo instante,
É como fortificante
Pro guasca se alimentar.
E pra ti que és índio guapo
Ou um gaudério
viajeiro,
Chimarrão é o companheiro
Nos lugares onde vais,
Na tristeza te contenta;
Tu não gostas? Experimenta!
Que não esqueces jamais.
Chimarrão
seiva crioula,
De um amargo incomparável,
Pelo teu gosto saudável
A tua história se expande,
Sendo tu bem preparado,
És até considerado
Aperitivo do Rio Grande.