POUSADA DOS CARRETEIROS

Getúlio Abreu Mossellin

 

Ali na 72 faixa de Gravataí,

É a morada de um gaudério.

Gente buena, homem sério.

Junto com sua família,

Que segue a mesma trilha

Dos avós e de seus pais.

Que legaram ideais

Dos pampeanos farroupilhas.

 

Este gaudério é o Olívio,

Um Alegretense nato.

Um amigaço de fato

Gaiteiro e compositor.

Faz isso com muito amor,

Porque entende do recado.

Quando dedilha um teclado

Mostra seu grande valor.

 

Galpão xucro e "puxuxeiro",

É o Olívio que tem,

Recebe a gente tão bem

Que o índio fica a vontade,

E ali mata a saudade

Das coisas boas do pago.

Entre um mate e um trago,

Prosa e risada a vontade.

 

Galpãozito bem simplório

Que nem a vida campeira.

A bomba, cuia e a chaleira;

Fica a disposição.

Junto ao fogo de chão

Feito com toco de angico.

Este é o recanto mais rico

De cultura e tradição.

 

Tem muita antiguidade

Nesse recanto nativo.

Arma de caça, cordeona,

Espora, faca e estrivo.

Coisas novas e antigas

Fole de matar formigas,

Machado, "reio" e bridão.

São relíquias deste peão

Que muita gente nem liga.

 

To te pagando a promessa,

Que fiz ao te visitar.

De uns versos acolherar

Homenageando um parceiro,

Num recado bem campeiro,

Com toda a sinceridade.

E que já sinto saudade,

Da POUSADA DOS CARRETEIROS.