POEMA DE ESPERA
Autor: Érico Rodrigo Padilha
Sempre...
Quando a noite grande,
Se debruça na coxilha,
Engolindo o dia em que passei
distante,
Me encontro sempre solita
Buscando alem do horizonte,
Tua imagem refletida na meia
luz da minguante.
Preciso encontrar um jeito
De acostumar às distancias
Que me separam de ti.
Quem sabe, ocupar o tempo
N’algum rascunho de verso,
Prá disfarçar a saudade
Que trago dentro de mim.
Então ...
Diante da estrada comprida
Que se alonga entre os meus
olhos,
Meus pensamentos transcendem
Nas asas da fantasia
E as palavras vão surgindo
Ganhando forma de poesia.
Transformo em rimas o amor
Que trago dentro do peito.
Encontro força em meu ventre
Pra cada verso que faço,
Porque carrego um pedaço
Da tua alma presa á minha,
E prá explicar o que eu sinto
Eternizei estas linhas...
Busquei por caminhos vagos
A pura essência da vida
E de repente esbarrei
Numa memória esquecida.
Tudo passou tão de pressa
Que eu sequer me dei por
conta
- A vida a dois se transforma
quando outra vida desponta.
São devaneios que tenho
A cada noite que passa
Pra quem segue um caminho
Sempre o destino se traça.
A razão de toda essa intriga
Que trago dentro da mente
Talvez seja um sentimento
Que apareceu de repente.
Sempre fiz planos pra vida
Sobre um futuro incerto
Busquei tão longe a ternura
Quando a tinha tão perto.
Busco respostas em mim
Pra cada angústia que trago
E quando alguma eu encontro
É porque estou ao teu lado.
Assim...
A noite segue seu rumo,
E eu por dentro me consumo
Comparando em cada estrela
O brilho do teu olhar.
Quando se ama á distancia
Pra sufocar estas ânsias,
O que resta é a esperança
De ver o tempo passar...
Conto nos dedos os dias
Pra te encontrar em meus braços,
No calor do mate amargo
Busco sentir tua presença,
E nos poemas que escrevo
Tento suprir tua ausência!
Sim...
Em cada lembrança tua,
Componho versos prá lua,
Pras estrelas, pras estradas,
Prás noites enluaradas
Que no cruzar das madrugadas,
Iluminam o caminho
E a distancia que nos separa.
Por isso que encontro forças
Pra explicar meus
sentimentos,
Porque carrego um rebento
Que é fruto desse encanto,
Da magia, do acalanto,
Que sinto com a tua presença,
E a razão dessa existência,
E saber que te amo tanto!