NO MUNDO DA TROVA
Egiselda
Brum Charão
A praia é laço gaúcho
duma armada sem igual
que une em tento sem luxo
os campos e o litoral.
A Era Garibaldina
na praia, verteu
um caudal
do sangue da heroína
Anita, guapa e imortal!
Nas praias, a inspiração
brilha na luz do luar,
quando a lua em solidão
chora c’as ondas do mar.
Tenho uma praia de amor
e um barco no meu cais,
o areia lavou
toda a dor
e a água levou meus ais.
Mar, e gaúcho setroso,
indomito como o
vento,
ruge na praia impiedoso
as inquietudes do tempo.
Praia é imensa coxilha
que vai emponchando o olhar,
quando o mar desenrodilha
a constância de voltar.
O pago tem a beleza
dos campos, mares e serra,
é o altar da natureza
resplandescente da
terra.
No meu canto eu eternizo
a saudade do rincão,
e meu cansaço amenizo
abraçado ao violão.
Cordialidade no pago
é ter carater de fato,
ao menor gesto, um afago,
do lo ao último ato.
Buscando a sonoridade
pelos “trastos” do violão,
eu canto a cordialide
da gente do meu
rincão.