JUVÊNCIO MEU PEÃO CAMPEIRO
Dimas Costa
Juvêncio, meu peão campeiro
Tem na alma a tradição.
Quando vai numa festança
O Juvêncio pula e dança
Que parece um gurizão.
Foi ele quem me ensinou
A bailar uma avaneira,
O chote e a rancheira
E todas as danças, enfim.
As vezes fico abismada
Pois não posso entender
Como é que pode ser
Do Juvêncio
ser assim.
Nasceu e cresceu na cidade,
Neste tempo modernista,
Mas se fez tradicionalista
Com tamanha devoção,
E encara o nativismo
Com tanto amor e respeito
Que parece que foi feito
Para ser mesmo um peão.
Um peão de crença nativa
Que neste Estado altaneiro
É o orgulho verdadeiro
De quem ama a sua terra.
De quem traz a descendência
Doa que agüentaram repuxos
Para serem sempre gaúchos
Quer na paz e quer na guerra.
Como eu amo o Juvêncio,
Não só por ser um campeiro
Mas por ser um cavalheiro
Respeitador e leal.
Como mulher
acredito
Que não pode dar tristeza
O homem que com nobreza
Ama tanto um ideal.
Esse Juvêncio que eu falo
É toda essa juventude
Que descobriu a virtude
Desta nossa tradição.
Juvêncio, Mário, Antônio,
O João, o Paulo ou quem seja,
É a raça que viceja
Nesta nova geração!