APRUMANDO O RUMO
Dimas Costa
Mandei fazer umas botas
Russilhonas, sob medida,
Quero romper para a vida
Com esse garbo arrojado,
Que recebi como herança
Dos Taitas
da tradição,
Do amor por este chão
Que por Deus nos foi legado.
Andei olhando nas páginas
Dos livros de nossa história
E vi rompantes de glória
Em heróis de carne e osso.
Por isso se nestes tempos
De grosso chamam o campeiro,
Eu quero ser o primeiro
A ser chamado de
"grosso".
Não peço favor algum
Pois já sou mais liberto.
Só guardo respeito, afeto,
Por quem como eu sabe ter,
Honra e brio, amor e crença,
Neste pago rio-grandense,
Pedaço que nos pertence
Neste mundo, pra viver...
Mocito, podem chamar-me,
Mocito, aqui do pago.
E a mim compete o encargo
Das rédeas do meu destino.
Estou no estágio do homem
Que tem que escolher o
trilho.
Sou um gaúcho POTRILHO,
Meio adulto, meio menino...
E se sou duma Jovem Guarda,
Num mundo de tanto progresso,
Hei de mostrar ao universo
Que se pode andar pra frente,
Aparando os cascos do pingo,
Progredindo e renovando,
Porém sempre conservando
A alma de nossa gente!