A VAIDADE ENTRE SONETOS
A Vaidade ante
ao espelho se deslumbra...
Se enaltece,
exibindo um riso fútil,
Julgando que é
um dever e que é útil,
Por entender
ser o lume adormecido... na penumbra.
Quem sabe a
Vaidade, a quem alumbra...
Na insensatez
de ser sempre melhor,
Enfim... desfaça
a amargura do pior,
Pra que a negra
claridade se descubra?!
A Humildade me
sussurra no ouvido...
Que o rumo ao
Paraíso Prometido,
Não é o mesmo
de quem o orgulho seduz.
É a magia
encontrada na palavra,
Na sutileza e
no instinto de quem lavra...
Que a busca é
seguir de encontro... a Luz.
A Vaidade se
expõe de fácil forma,
Como saída dos
escritos de Neruda...
Sendo a beleza
que a vista não desnuda
E a verdade que
o tempo não deforma.
Talvez seja o
acaso e não a norma...
E a empáfia
para sempre não confunda,
Que a insensata
lógica um dia muda...
E a
borboleta... na lagarta se transforma.
Pois nem sempre
é ouro aquilo que reluz,
Nem sempre é
fato o que a História traduz,
E a ostentação
não extingue a realidade.
Olhando a
imagem que há muito se admira,
Ante ao
desgaste... o amor não ouve a lira...
E o que é belo
se reduz à leviandade.
Quisera
desnudar a Vaidade
E revelá-la no
espelho de papel...
Mas a pena do
destino foi cruel
E a imagem
refletida é só saudade.
Pois, deixou-me
da magia a metade
e... na
consciência, amarguras como fel.
Como pode uma
abelha não ter mel...
E a palavra não
voar em liberdade?!...
Sonhara
transmitir em verso e forma
A Vaidade que,
a tempo, se conforma...
Em ser só rima
pra o bater do coração.
Talvez um causo
pra contar a um amigo
Ou ser o canto
do pássaro que eu abrigo...
Numa lágrima
orgulhosa... de emoção.