DE QUE VALE?
Colmar Pereira Duarte
De que me vale a força destes pulsos
que enforcam xucros, sujeitam
baguais,
se não puder prender suas frágeis mãos,
se não tocar seus cabelos jamais?
De que servem meus olhos de
vaqueano,
que desvendam distâncias, a lo largo,
se não olharem dentro dos seus olhos
quando vier me alcançar o mate-amargo?
De que vale essa voz, que em madrugadas
é um clarim repontando a gadaria,
se não souber dizer o quanto a quero,
quando falar com ela, qualquer dia?
De que valem essas mãos que ergueram
ranchos,
plantaram o pomar, trançaram laços,
se não acariciarem o seu corpo,
arrepiado de amor, entre meus braços?