SE A VENTURA FOSSE CHINA
Apparício Silva Rillo
Afino o pinho e a garganta
para contar a história,
daquela china simplória
que tentou me engambelar.
Num rebuliço de festa
quebrei-lhe o relho na testa
pra china me respeitar!
Diz que em mulher não se bate
mas eu respondo: - Depende...
Tem mulher que não compreende
que um peão não é tetéia;
pensa que o amor é brinquedo,
mas sempre encontra um azedo
que lhe conserte as idéias...
Gaúcho de minha marca
china nenhuma engambela.
Quando a tirana atropela,
chô-mico! nem me encarango!
Dou-lhe um tirão no cabelo
e rindo risco-lhe o pêlo
num bate-bate de mango.
Conheço uma
tal Ventura,
muito mal-acostumada,
que não aquenta pousada
no rancho do coração.
- Se a Ventura fosse china
já tinha a anca brasina
de apanhar do meu facão!