TROTEANDO VERSOS
Albeni Carmo de Oliveira
Eu encilhei o meu pingo
E saí bem pacholento,
Cruzei na estrada com Bento
Com Canabarro e Jardim.
Ouvi ao longe um clarim:
Era Onofre no comando
Um farroupilha avançando
Numa troteada sem fim.
Hai os que troteiam a paz
Os que troteiam maldades,
Eu sigo troteando versos
Semeando felicidades.
Num trotear bem compassado
Vi litoral e fronteira,
Vi a seiva missioneira
E o serrano meu irmão.
Colonos de pé no chão
Sem terra para plantar,
Vi uma criança chorar
Por falta de proteção.
Nesta troteada que fiz
No meu pingo pensamento,
Vi guerras e sofrimentos
Que mágoa no coração!
Vi a tal poluíção
Destruindo minha quer~encia,
Vi crescer muita violência
No trote da evolução.
Cruzei pelos festivais
Vi o trote das canções,
No trote de minhas visões
Vi campos virar cidades.
Por isso que sem maldades
Depois de tanto trotear,
Meu pingo
vou descansar
Que é para trotear saudades.