PRENDA LINDA
Albeni Carmo de Oliveira
Chinoca,
quando te vejo
Passares
na minha frente,
Despretensiosa
e contente
Com
um andar caborteiro
Que o
índio mais matreiro
Fica
parado e pensando,
E no
cérebro imaginando
De um
dia ser teu parceiro.
Teu
olhar, chinoca linda,
É
como luar do pampa,
Onde
a natureza estampa
Uma
beleza sem par.
E
quem não pára para olhar
Quando
tu passas catita,
Gaúcha
flor de bonita
Que
todos querem casar.
Teus cabelos sempre soltos
Voando
ao sabor do vento,
Mais
parece o pensamento
Que
vai saindo da mente,
E
quem não fica contente
Quando
tu soltas um sorriso?
Parece
até o paraíso
Ou
água pura da vertente.
Os
teus lábios vermelhinhos
Mais
parecendo pitanga,
Dessas
de beira de sanga
Lá no
fundo da invernada,
Que o
xiru quando em tropeada
Sobe
na grimpa do pé,
Só
p'ra saber como é
Essa
doçura encarnada.
E
quando eu vou num fandango
Não
gosto nem de pensar,
E se
te vejo a dançar
Um
xote ou um vanerão,
Este
peito de peão
Quase
pára de bater
Pois
assim só no te ver,
É
grande minha emoção.
Sabes,
prenda gaúcha?
Eu
tenho orgulho de ti.
Pois
juro que nunca vi
Beleza
tão pura assim.
És a
flor, perfume, enfim,
Que
engalanas meu pago,
E se
vezes bebo um trago
É por
não ter-te junto a mim.
Por
isso, prendinha linda,
Quero
pedir-te um favor:
Nunca
entregues o teu amor
Nem
caias em unhas de carancho,
Pois
eu fico meio tiantcho
Quando
te vejo infeliz
Pois
sonho em ser feliz
Junto
contigo num rancho.