PRECE DE UM GAÚCHO
Albeni Carmo de Oliveira
Patrão velho do infinito,
Perdoa meu jeito rude,
Mas é a forma que pude
De fazer minha oração.
Com verso de rima xucra
Escritas assim do meu jeito,
Mas que demonstram respeito
E esta minha devoção.
Patrrão velho me perdoa
Se nunca aprendi a rezar
Mas aprendi a respeitar
Os teus sagrados mandamentos,
E ande por onde andar
Tu sempre estarás comigo
Me livrando do perigo
E de ter mais pensamentos.
Por isso, meu bom patrão,
Aos teus pés agora venho,
Oferecer-te o que tenho
Esta fé, esta humildade,
E pedir-te meu patrão:
Me dê forças e alegria,
Que eu trabalhe dia-a-dia
Para o bem da humanidade.
Patrão velho, escuta
Este teu peão e cordeiro,
Que eu seja teu mensageiro
Semeie o bem não o mal.
Te peço que tu protejas
O gaúcho, meu irmão,
E ao pago dê proteção
Desde a serra ao litoral.
Que da mão do lavrador
Possa nascer boa planta,
E que na voz que se levanta
Do poeta e do cantor
Possam surgir lindas frases
Hinos de paz e harmonia,
Cantados com alegria
Em cânticos de amor.
Me dá forças, patrão velho,
P'ra criar a gurizada,
Junto com a china amada
Que sempre está ao meu lado.
Que nunca nos falte o pão,
Nos dê a calma e a paciência
Para que nossa existência
Não siga um caminho errado.
Patrão velho celestial,
Que é o patrão dos patrões,
Protegei todos os peões
Quando forem camperear.
Dê forças para que no pago
Reine a paz e a abundância,
E que o Rio Grande por
ganância
Não venha aa se ensangüentar.
Outra coisa patrão velho,
Eu preciso tre pedir:
Que eu sempre possa servir
Meu irmão com alegria,
Que
eu trabalhe honestamente
E não me sinta arrependido,
Que eu possa ser compreendido
Através da poesia.
Obrigado, patrão velho,
Por ouvir minha oração,
Foi feita com devoção
E com respeito também.
Me despeço, patrão velho,
Fazendo sinal da cruz,
Em teu nome e o de Jesus,
Do Espírito Santo, Amém!